domingo, outubro 15, 2006

E Mia Couto no teatro, em Beaga? vale a pena ver.



Em “o Último Vôo do Flamingo”, romance publicado pelo escritor moçambicano Mia Couto, no ano de 2000, Quando Moçambique completava 25 anos de independência, o escritor narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginaria ao sul do país, onde soldados das Nações Unidas que estão em Moçambique para acompanhar o processo de Paz, depois de um longo período de guerra civil, começam e explodir subitamente. De certo modo, nesta obra, Mia Couto aborda esperanças e contradições de um povo africano, “fala de uma perversa fabricação de ausência, a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticada pela ganância dos poderosos” segundo o escritor.

Na obra, Mia Couto não deixa de usar o seu estilo característico, a criação de novos vocabulários que são tão verdadeiros na sua formação, tão inteligíveis e que pouco a pouco vão fazendo parte do próprio vocabulário moçambicano, de uso único do português de Moçambique.

Livro que já foi considerado pelo jornal Independent de Londres, como melhor livro estrangeiro publicado na Inglaterra no ano de 2004, mereceu adaptação para o teatro, pelos diretores brasileiros Paulo César e Papoula Bicalho e, está em cartaz aqui em Belo Horizonte, no Palácio das Artes até dia 5 de Outubro.

Para os brasileiros, uma oportunidade pra conhecerem a poesia, a ironia, humor e a visão política do escritor e, para nós moçambicanos, porque não olhar para a adaptação desse desconhecido diretor, de uma abra que devia ser tão bem conhecida por nós? É caso de dizer, vale pelo prazer de se ver.