segunda-feira, abril 17, 2006

“Não tenho novos caminhos, busco caminhar de uma forma diferente”.

Essa frase é titulo de um livro de entre vários que esta arrumado em uma estante de uma saleta azul pequena e improvisada, onde funciona o projeto viver e saber, na favela “Boca de Fumo”, no Dom Cabral. Era a minha segunda vez em que eu voltava para aquele lugar, querendo terminar a matéria que fazia, para o jornal da faculdade. Desta vez, tive de ficar mais tempo nesta casa, até mesmo para compreender como funcionava o projeto, e como se desenrolavam as relações entre aqueles garotos todos que ali participam dele. Numa das minhas voltas pelos cômodos da casa, esbarrei-me com uma estante que continha livros empoeirados, livros velhos de capa e que pareciam estar ali há séculos, “fazem parte de uma doação que o projeto teve”, explicou-me a professora de musica. “São livros que ainda vão permanecer empoeirados por muito mais tempo devido ao lugar onde se encontram” pensei, imaginando que até aquelas crianças crescerem e se interessarem por aquele tipo de leitura, mais complexa e densa, se calhar, aqueles livros já nem estarão ali. Bom, então pus me a ler os títulos de algum dos livros, eles também não me diziam nada, pelo menos não faziam parte dos que programei para ler até o final deste semestre, mais, no meio deles, um me dizia, com caracteres amarelados e vivos “Não tenho novos caminhos, busco caminhar diferente”, logo pensei, aquela frase tinha tudo haver com o projeto, com esses meninos que, aprendendo as regras básicas de convivência, nele participam. O meu pensamento foi confirmado quando ao perguntar um garoto, o que fazia ele gostar de estar ali, me respondeu “aqui eu fico longe das drogas, das balas perdidas e do tráfico, de coisas que eu tenho medo”. Medo que eles demonstraram ter ao correrem para suas casas, no final das atividades. Mesmo com a luz do dia, os becos da favela são desertos, preenchidos de medo e desconfiança, o que tira o direito dessas crianças terem novos caminhos e um caminhar igual ao das crianças das grandes cidades.

4 Comments:

At quarta-feira, 19 abril, 2006, Anonymous Anônimo said...

LEGAL, E AI, VOCE LEU OU VAI LER O LIVRO?QDO LER, FALA SE E BOM OU NAO, O TIULO E INTERESSANTE E SE GOSTAR, VOU QUERER LER TB.
BJIN

 
At quarta-feira, 19 abril, 2006, Anonymous Anônimo said...

poxas fico satisfeito em ver este artigo ou crónica que aqui escreveste,escreve mais assim terás mais leitores aqui no teu blog conta sempre comigo Bro peace and love.

 
At sábado, 22 abril, 2006, Anonymous Anônimo said...

Oi Ratmir... que bacana seu blog... voc escreve muito bem!!! faz tempo que eu tento fazer um blog, até hoje nada... um dia eu consigo..
b-jim...

 
At segunda-feira, 24 abril, 2006, Blogger Ratmir said...

Bom em saber que gostaste do artigo e do blog, pode crer que espero vc mais vezes neste endereço.
Tati, não lhe prometo ler o livro tão já, o certo é, sempre que eu puder volto e visito esse projeto maravilhoso, vale a pena ver essas crianças com vontade de caminharem diferente num meio que oferece poucas possibilidades.
Amanda, vce consegue sim criar um blog, afinal não segues essa profissão por acaso nem, que diga o ditado "filho do peixe peixe é" ja sabes nem. volte mais vzes.

 

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